Porque é que todos os cães têm pulgas?

​Durante todo o ano encontramos cães infestados por pulgas. Basta a temperatura aumentar um pouco, para que estas infestações aumentem de forma explosiva!
 
Nesta altura, muitos donos são surpreendidos ao encontrarem pulgas nos seus animais, apesar de estes até estarem sob o efeito de algum anti-parasitário. Esta situação é muitas vezes interpretada como sendo uma “falha” do funcionamento do medicamento. No entanto, na maioria das vezes a falha da eficácia do anti-parasitário não se verifica. 
 
Então, porque é que os cães ficam infestados de pulgas com tanta facilidade?
 
A resposta reside na biologia da pulga. A pulga tem um ciclo de vida muito peculiar, com diversas metamorfoses, um metabolismo muito variável, e uma grande capacidade reprodutiva. Para garantir a eliminação permanente das pulgas é necessário selecionar cuidadosamente os medicamentos a utilizar. A regularidade de aplicação destes medicamentos deve ser respeitada para garantir a sua eficácia e impedir a persistência da infestação.

Ciclo de vida da pulga

A melhor forma de compreender a importância de um protocolo anti-parasitário adequado e regular é entender o ciclo de vida das pulgas!
  
Assim que o seu animal é infetado por uma pulga fêmea, esta começa a alimentar-se do seu sangue através da picada. Uma pulga pode picar o seu animal até 400 vezes por dia! Além disso, durante a picada, a pulga introduz saliva na ferida, o que provoca alergias cutâneas severas em alguns animais. A esperança média de vida de uma pulga adulta é cerca de duas a três semanas.



Após 24 a 48h da sua primeira refeição, a pulga inicia a produção de ovos. Podem ser depositados até 50 ovos por dia no pelo do seu animal de companhia.

Os ovos, contendo as larvas de pulga, caem do pêlo dos animais de estimação e disseminam-se pelo ambiente (camas, soalho, tapetes, sofás, etc). Estes ovos podem sobreviver no ambiente vários anos, aguardando as condições ambientais ideais para a sua eclosão – o contacto com o calor e humidade da pele de um novo hospedeiro (cão).

Após a eclosão, as larvas de pulga alimentam-se das fezes de pulgas adultas e de outros detritos orgânicos, até formarem um casulo. O casulo confere-lhes proteção e permite a passagem ao estado de pupa e posteriormente de ninfa. Enquanto não estiverem reunidas as condições ambientais mais favoráveis à sua libertação, processo que pode levar meses, a pupa mantém-se no casulo.

Quando as condições ambientais são favoráveis, a ninfa emerge do casulo, evolui para fêmea adulta e procura um novo hospedeiro para continuar o seu ciclo de vida.

Como atuam os antiparasitários?

Cada antiparasitário atinge a pulga numa fase específica do seu ciclo de vida. A escolha do antiparasitário adequado vai depender do grau de infestação ambiental e do estilo de vida do cão.
 
Poderá ser fácil mantê-lo livre de pulgas com apenas um medicamento. No entanto, poderá ser necessário combinar diferentes medicamentos, com mecanismos de ação distintos. Desta forma é possível quebrar o ciclo de vida da pulga em diversos pontos e, assim, terminar uma infestação.
 
Poderá ser ainda necessário proceder à limpeza dos móveis e tecidos da casa e aplicar produtos específicos para as superfícies em ambiente caseiro.


Cada situação necessita de uma abordagem individualizada, e para isso nada melhor que consultar o seu veterinário!

E lembre-se: a prevenção é o melhor remédio!

P.S.: Se quiser saber mais sobre este assunto, veja pelos seus próprios olhos:

   

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